quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Café Literário na Covilhão

Fiz-me à estrada com o Manuel Diogo e o António, os jograis da sessão. Conversámos sobre tudo, discutimos política e ideias, apurando princípios que se resumem na filiação no Belenenses. Na Covilhã, ao frio, perto da esplanada, Manuel Silva Ramos esperava-nos contente por nos receber, curioso e sempre conversador. Jantámos bem, rindo e maldizendo como é próprio destas coisas. A sessão começou assim que o jogo do Sporting terminou. O Café estava composto, cerca de 30 pessoas, dirão mais tarde. Manuel da Silva Ramos leu um texto sobre o livro No Silêncio de Deus. Foi de uma generosidade imensa, falou de maturidade, citou diferentes passagens do livro, compilou ideias sobre a santidade e a prostituição. No Café estava o prior, mas ninguém levantou pestana. Os jograis leram admiravelmente. Não reconheci os meus personagens. Já não são meus. A conversa animou-se e seguiu até tarde. Não me lembro do tempo passar. Rimos e conversámos. Falámos de livros e de processos de escrita. E ainda do conflito israelo-árabe, de Deus e do estado do mundo. Falámos de Inês Pedrosa, de Lídia Jorge, de Agustina Bessa-Luís, de Maria Velho da Costa. Foi bom, muito bom. Um homem alto e esguio, não terá mais de 40 anos, levantou-se para dizer da sua paixão pela Inês. Rimos e aplaudimos. É bom que gostem dos nossos amigos. No regresso, a estrada estava vazia e sossegada. Lisboa recebeu-me num imenso silêncio.

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